Protestos: Manifestantes interrompem vias e incendeiam ônibus na França.

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Protestos: Manifestantes interrompem vias e incendeiam ônibus na França. Política Internacional

França enfrenta intensas manifestações após nomeação de primeiro-ministro

A França amanheceu sob intensas manifestações por todo o país nesta quarta-feira (10), com estradas bloqueadas, confrontos com a polícia e ameaça de greve dos manifestantes. Grupos atearam fogo em latas de lixo e ônibus em resposta à nomeação de Sébastien Lecornu, 39, ao cargo de primeiro-ministro pelo presidente Emmanuel Macron, um dia após a queda do premiê anterior, François Bayrou.

Forças de segurança estão mobilizadas por todo o país para remover bloqueios o mais rápido possível, segundo autoridades. Centenas de manifestantes foram presos. As manifestações ocorrem em um momento de turbulência política e incertezas sobre o controle da crescente dívida pública do país. Lecornu é o quinto primeiro-ministro escolhido por Macron em menos de dois anos. A escolha indignou políticos de esquerda.

Em Paris, bombeiros removeram objetos queimados de uma barricada montada por estudantes para bloquear o trânsito perto de uma escola. 132 pessoas foram presas nas manifestações até o momento, segundo a polícia.

“É a mesma merda, é a mesma coisa, o problema é Macron, não os ministros”, disse um representante da filial de transporte público em um protesto em Paris. “Os ministros são um problema, mas é mais o Macron e sua maneira de trabalhar, o que significa que ele tem que sair.”

O movimento “Bloqueie Tudo” —uma ampla expressão de descontentamento sem uma liderança centralizada— surgiu online em maio entre grupos de direita, mas desde então foi dominado pela esquerda e pela extrema-esquerda, segundo pesquisadores e autoridades. Ele foi estopim para os atos que ocorrem nesta quarta-feira.

Em Nantes, no oeste do país, manifestantes bloquearam uma rodovia queimando pneus e lixeiras. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar pessoas que tentavam ocupar uma rotatória na mesma cidade.

Em Montpellier, no sudoeste, a polícia entrou em confronto com manifestantes que montaram uma barricada para bloquear o trânsito em uma rotatória. Um deles carregava uma faixa com os dizeres: “Macron, renuncie”.

A operadora de rodovias Vinci relatou protestos e interrupções no trânsito em rodovias por todo o país, incluindo Marselha, Montpellier, Nantes e Lyon.

O movimento “Bloqueie Tudo” reflete o descontentamento popular com que os manifestantes consideram uma elite governante disfuncional pregando um evangelho de austeridade. O movimento é comparado aos protestos dos Coletes Amarelos, de 2018, que surgiram inicialmente por causa dos aumentos nos preços dos combustíveis, mas se tornaram mais amplos contra Macron e seus planos de reforma econômica.

Cerca de 50 pessoas encapuzadas tentaram iniciar um bloqueio em Bordeaux, enquanto em Toulouse, no sudoeste, um incêndio interrompeu o tráfego de trens, disse o ministro do Interior, Bruno Retailleau, a repórteres na manhã de quarta-feira. Segundo ele, 80 mil agentes das forças de segurança foram mobilizados em todo o país, incluindo 6 mil apenas em Paris. A mídia francesa noticiou que 100 mil pessoas são esperadas nas manifestações.

O que sabemos até agora

  • França enfrenta protestos intensos em várias cidades após nomeação de novo primeiro-ministro por Macron.
  • Manifestantes ateiam fogo em objetos e bloqueiam estradas, exigindo saída de Macron do governo.
  • Movimento “Bloqueie Tudo”

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Camila Almeida
Camila Almeida
Jornalista cultural apaixonada por gastronomia e eventos de São Paulo.

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