Dono da Ultrafarma é preso em operação em São Paulo
O auditor fiscal preso na operação do Ministério Público de São Paulo nesta terça-feira (12) era o “cérebro” do esquema de corrupção que levou também à prisão o dono e fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, segundo promotores que participaram da investigação. Um executivo da Fast Shop também foi preso.
‘Evolução patrimonial incompatível’
O que sabemos até agora
O esquema teria arrecadado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde maio de 2021, quando teve início. No entanto, as investigações seguem para apurar se começou antes disso.
“As empresas passaram a pagar centenas de milhões de reais para auditores para auxiliarem essas empresas a conseguirem ressarcimento de crédito de ICMS a que tinham direito na Secretaria da Fazenda”, explicou o promotor João Ricupero.
De acordo com o MP, outras grandes empresas do setor varejistas podem ter se valido do mesmo esquema para conseguir a liberação dos créditos tributários. No entanto, não foi divulgado o nome de mais nenhuma outra empresa porque as investigações ainda estão em curso.
O desafio é verificar se há outros auditores envolvidos na prática de corrupção. — Roberto Bodini, promotor
👉 Crédito tributário é quando um contribuinte tem direito a ser ressarcido pelo Estado por um valor pago a mais à Receita. No entanto, o processo é complexo, e as empresas enfrentam burocracia e fila para conseguir de volta.
Segundo os promotores, o auditor coletava as notas fiscais, necessárias para o ressarcimento, fazia ele próprio o pedido de ressarcimento na Secretaria da Fazenda, acompanhava o pedido e, depois, ele mesmo deferia o ressarcimento de créditos.
“Em relação à Ultrafarma, ele tinha, inclusive, o certificado digital da empresa para fazer os pedidos de ressarcimento”, disse Ricupero.
A prisão das pessoas em posição de comando era importante sobretudo porque, daqui pra frente, a gente pretende ouvir os demais funcionários envolvidos no esquema. Com a prisão deles, acreditamos que há menor possibilidade de exercerem influência e pressão nesses funcionários. — João Ricupero, promotor
O que diz a Secretaria da Fazenda
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