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Amorim: Ameaça militar dos EUA é ‘preocupante’, mas sem impacto em Bolsonaro.

política nacional: Amorim: Ameaça militar dos EUA é ‘preocupante’, mas sem impacto em Bolsonaro.

Fonte: Pexels

Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, afirmou que os EUA estão dispostos a usar meios, inclusive militares, para proteger a liberdade de expressão globalmente.

Pressão sobre o judiciário brasileiro

A porta-voz respondeu a uma pergunta de Michael Shellenberger sobre a possível condenação de Jair Bolsonaro no STF.

Em entrevista à GloboNews, Celso Amorim criticou as declarações, vendo nelas uma tentativa ineficaz de pressão sobre o judiciário brasileiro.

“Qualquer tentativa é inútil, porque eu acho que o Supremo agirá com independência. Agora, a ligação existe. Foi em resposta a uma pergunta sobre o julgamento. A pergunta era sobre o julgamento e ela respondeu com essas hipóteses absolutamente fora da diplomacia”, afirmou Amorim.

Cooperação com a China

Amorim destacou que as ações dos EUA aproximam o Brasil de países como China e França, em busca de parcerias para projetos conjuntos.

O ex-ministro das Relações Exteriores confirmou o interesse do governo brasileiro em estabelecer cooperação militar com Pequim.

“O Brasil está mandando pela primeira vez [para China] um adido do Exército de nível de general. Só tínhamos nos Estados Unidos. Não sou ministro da Defesa, mas acho que é um sinal de cooperação. Da mesma maneira que há um interesse muito grande na Índia. Não há uma escolha, mas quem viu aquela parada [militar na China] sabe que eles teriam o que oferecer. Mas tem que ser em condições adequadas, de uma maneira que não crie dependência nossa a eles”, declarou Amorim.

Navios dos EUA perto da Venezuela

Amorim considerou “inadmissível” a movimentação de navios americanos perto da costa venezuelana no mar do Caribe.

“Não sei qual é o objetivo dos EUA, mas uma intervenção armada, misturar narcotráfico com terrorismo, juntar isso com chefe de governo [Maduro] é inadmissível, vai contra todos os preceitos das Nações Unidas, da própria OEA e fico temendo que, com o poder de pressão dos EUA, eles acabem aprovando uma resolução num organismo desses. É intolerável qualquer intervenção na América Latina de forma geral e na América do Sul em particular”, afirmou Amorim.

Tensão entre Rússia e Otan

Amorim expressou preocupação com a tensão no Leste Europeu, destacando a acusação da Polônia sobre a Rússia invadir seu espaço aéreo com drones militares.

“Não quero fazer juízo de valor, mas eu acho que tudo isso cria uma crise direta entre a Otan e a Rússia. É algo muito preocupante. Nós vivemos num mundo em que há um nevoeiro, que tem que ser muito atento à paz. Por isso o Brasil propôs, junto com a China, um roteiro para poder haver uma discussão. O diálogo que tem que ser fomentado, é complexo, difícil, não é uma coisa que dependa de um ou dois países. Os Estados Unidos têm influência, mas a China também tem, os Brics também têm”, disse Amorim.

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