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Superávit: Economia brasileira exposta por saldo positivo com a China.

política internacional: Superávit: Economia brasileira exposta por saldo positivo com a China.

Fonte: Pexels

China sustenta superávit do Brasil, mas fragiliza economia nacional

No debate sobre a balança comercial do Brasil com outros países, a China quase sempre aparece como salvadora da pátria, sustentando o superávit e garantindo reservas internacionais robustas. No entanto, a dependência excessiva do país asiático coloca o Brasil em uma posição vulnerável, aprisionando a pauta de exportações em poucos setores.

Um estudo do Centro Empresarial Brasil-China revelou que 8 em cada 10 dólares exportados para Pequim provêm de três produtos: soja, minério e petróleo. A falta de diversificação na pauta de exportações evidencia uma estrutura produtiva frágil e uma indústria sem densidade.

Em 2022, 5,2 milhões de postos de trabalho no Brasil estavam ligados a importações chinesas, em contraste com os 2,2 milhões gerados pelas exportações. O desequilíbrio revela que o país se movimenta mais para distribuir, transportar e vender manufaturas chinesas do que para produzir e exportar seus próprios bens, consolidando o mercado de trabalho em serviços de menor qualificação.

A dependência de insumos chineses, a mudança na política industrial de Pequim e a falta de diversificação na pauta de exportações brasileira contribuem para a fragilidade da relação econômica entre os países. Enquanto a China avança em setores de ponta, o Brasil limita-se a intermediar trocas comerciais, cristalizando sua posição periférica de armazém de recursos naturais e bazar de manufaturas.

Apesar das brechas de oportunidade identificadas pelo estudo do CEBC, aproveitá-las demandará logística eficiente, políticas industriais claras e uma estratégia ativa de inserção em cadeias globais, visando ampliar a presença de empresas brasileiras no mercado chinês e explorar segmentos como carnes, frutas, celulose e minerais estratégicos.

Diversificação e políticas industriais assertivas são essenciais para romper com a dependência excessiva da China, que, embora alivie a balança comercial brasileira, não resolve a fragilidade do modelo econômico nacional, que terceiriza complexidade e absorve empregos de baixa intensidade tecnológica.

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